Tosse, tempo meio abafado, mosquitos chatos e uma puta dor de cabeça.
O que escrevo esta cada dia pior de se entender, não digo por ser ruim na idéia e sim nas letras: estão horríveis. Papel velho e uma caneta que mais falha do que escreve ajuda bastante e mesmo assim eu continuo tentando me explicar por aqui de uma forma erronia e sem cabimento nenhum. Mas hoje vou deixar toda essa cerimônia de lado e vou direto ao assunto: eu e meus sentimentos. A dor de cabeça é passageira e eu só espero que ela não leve consigo os meus pensamentos. Outro dia mesmo me perguntei por que já amei tanto nessa vida, se amar trás tanta dor de cabeça, e a resposta que tive, foi: Sou tolo! Amei sem ser amado e quando fui amado não amei. Meu amor foi sempre assim como eu, sem rumo e nem sentindo algum, amava de hora em hora e se mudava feito o vento que vem do leste-norte-sul-oeste e outros mais sem se importar com a sequência correta com que deveria seguir. A atenção que me era dada me fazia apaixonado por um ou dois dias e logo depois me apaixonava por um outro qualquer olhar atencioso. Foi assim e assim continuou sendo por tempos em que eu pensei não ter fim. – E eu ainda acreditava que era feliz. – Mas o tempo também tem seu fim e como todo fim o meu tempo trouxe com ele um novo começo (Assim como ao fim das seis horas o inicio das sete vem em seguida). E todo inicio é complicado, mas esse chegou a ser mais complicado que aprender a andar de bicicleta sem aquelas rodas de apoio. Assim como é complicado tentar colocar uma gota de limão na boca e não fazer caras e bocas. Não quero dizer que o novo começo tenha sido azedo ou ruim, porém, eu jamais pensei ser capaz de me adaptar a um amor-nascente-verdadeiro. Da mesma forma que jamais pensei me aceitar com essa barba falhada e que teima em crescer sem jeito. Mas cada dia que nasce com o sol ou sem ele me trás a oportunidade de provar novamente o inesperado do amor que tenho cultivado em um canto reservado do meu moinho velho, e esse dia que passa e trás uma noite sem-fim, me coloca deitado na cama meio desarrumada só para sentir o cheiro de cada lembrança escondida em baixo do cobertor xadrez que usamos na ultima semana.