quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Infinito

 [...] Naquela noite ele não conseguiu dormir, a insônia e o excesso de pensamentos havia lhe atacado novamente e, por mais uma vez, sentiu aquele enorme vazio em seu peito, que ás vezes insistia em tomar conta de seu coração. Olhou para o céu, como se procurasse por algo que lhe fizesse sentido e, no brilho das estrelas, ele finalmente encontrou o seu refúgio.
 Nos céus ele encontrou tudo o que na terra não pode encontrar, e mesmo sabendo de sua insignificância perante o universo, ele não se importou, pois, quando olhava para aquele firmamento, ele se sentia parte de algo muito maior do que ele próprio, ele se sentia completo, como há muito tempo já não sentia mais.
Não sabia como, nem mesmo o porque, mas de algum jeito, sentia que ali, naquela imensa vastidão, ele poderia encontrar as respostas de todas as suas perguntas, e quem sabe um dia até, poder encontrar também a cura para todo aquele vazio que queimava o seu peito dia após dia.

O mundo ou o próprio tempo já não lhe importava mais, seus olhos agora focavam apenas o infinito...

 Dentre todas as coisas daquele céu, a lua era o objeto mais admirado. Era simplesmente magnífico poder admirar o seu brilho, poder sentir a sua luz preencher aquela lacuna em seu peito e sentir o reflexo de toda aquela beleza refletindo em seus olhos. Mas ao mesmo tempo também era triste, pois sabia que, por mais que tentasse, nunca poderia tocá-la...
 O tempo passou e ele pode ver então, o quão amarga pode ser a distância. Seu refúgio, agora se encontrava em um copo de bebida, afogava suas mágoas nos bares que encontrava pelas ruas, na triste tentativa de esquecer um pouco das dores que carregava em seu peito, mas no fundo, ele sabia que isso era simplesmente impossível, pois todos os dias, ao cair da noite, a lua e as estrelas vinham, somente para lembrá-lo de seu fracasso...


" E se apaixonou então pela lua, sem saber que aquilo seria o seu fim... "

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