sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Moinhos de vento

Coloque fogo nesse peito e acenda aquele velho cigarro companheiro
É chegada a hora de você vestir tuas botas de aço
E a tua armadura de gente grande
Invente as tuas certezas
Assanhe o cabelo
O óculos escuro de praxe
O torto sorriso amarelo
E vá para as ruas atormentadas
Grite ao eco teus sonetos bobos
Que o silêncio se encarregará de responder de volta
Esqueça o mau humor e o mau amor
E hoje, apenas ateie fogo neste peito companheiro
Neste corpo, neste oco, neste ócio;
Coloque fogo nesse peito.




“ Embora eu saiba que não exista magia no mundo que possa mover e forçar a vontade - como alguns simplesmente acreditam - é livre a nossa vontade, e não existe erva nem encanto que a force.
Dom Quixote

domingo, 10 de novembro de 2013

Hoje...

Hoje o silêncio toma conta da minha noite, acendo um cigarro e encho o meu copo com mais uma dose de vodka. Passo horas e horas sozinho, apenas admirando aquele vasto horizonte infinito de tudo aquilo que um dia eu vivi. Lembranças tão incrivelmente boas que felizmente não se perderam com o tempo, mas que infelizmente foram reduzidas a apenas isso, nada mais do que meras lembranças. Doces momentos da vida, momentos que passaram e por mais que eu deseje, eu sei que nunca mais irão voltar. Pessoas que foram embora, e algumas que estão por ir. Logo, o que sou também se tornará uma mera lembrança, junto com o que acontece neste exato momento, porém, receio não saber se tudo se transformará em boas lembranças.

As horas passam, começa a chover, e mais um cigarro é acendido. A solidão agora é minha companheira e o som da chuva apenas me traz mais e mais lembranças. Meu coração agora transborda de saudade, a procura de respostas para as perguntas que só o tempo irá responder, para as perguntas que só o tempo ainda poderá fazer. São porquês inexplicáveis, incontáveis falhas na memória, que não me permitem lembrar como foi que consegui chegar até aqui, na solidão.

Eu queria ao menos saber o que me tornou tão vazio, o que me fez viver de lembranças, apenas. Acho que essa é mais uma das muitas respostas que só virão com o tempo.


Esperar é tudo o que me resta a fazer...