sábado, 24 de setembro de 2011

Eu queria...

Eu queria poder segurar sua mão o resto da noite e dizer bem baixinho no teu ouvido o quanto eu te amo até você adormecer...
Queria poder ser o seu cobertor a te esquentar nas madrugadas frias, ser a sua cama pra você se aconchegar em mim, e seu travesseiro pra você descansar em meu colo. Queria poder fazer você sonhar comigo toda noite, e de manhã, poder passar o dia inteiro em teus pensamentos. Queria olhar no fundo dos teus olhos e saber que eles brilham por mim, da mesma forma que os meus brilham por você...
Queria que a distância não existisse, que a saudade fosse só uma palavra, e que o tempo ao seu lado fosse eterno. Queria que você soubesse tudo o que eu penso, que sentisse tudo o que eu sinto, e então não duvidaria enfim, de que foi pra ti que eu entreguei meu coração. Já quis até mesmo ser de vidro, só pra você saber tudo o que se passa em mim...
É tanta coisa pra pensar, tanta coisa pra dizer, tanta coisa a sentir, que ás vezes acabo até me perdendo, e talvez por isso eu não consiga demonstrar tudo da maneira que eu realmente deveria, mas mesmo que ás vezes eu me perca no meio de tudo isso, de uma coisa eu tenho certeza, EU TE AMO! E muito aliás, e é com você que eu quero sempre viver! Não consigo descrever como me sinto quando estou contigo, só sei que é bom, e eu quero isso pra minha vida inteira. Só você me faz rir, me faz feliz, me faz te querer cada vez mais, me faz sonhar, me faz amar, tornou minha vida boa demais.


" E não importa quanto tempo se passe,
meu coração ainda continuará com a mesma batida ao te ver:
"Te amo, te amo, te amo!" "



                                                                                                  ...Pra minha Rafaela

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Gosto de ferro na boca...

Dizem que a vida passa em flashes quando ela se está por um fio. Ou um gatilho, ou qualquer coisa curta que dispara com pouca pressão.
Nunca vi esses flashes, nem os pedaços de filme passando, nem os momentos importantes, nada disso...
No caso do gatilho, minha cabeça continuou a mesma, com a diferença que estava prestes a ser explodida. Explodida por alguma palavra errada, por um segundo a mais de descuido, por qualquer movimento brusco, ou olhar atravessado. Você passa por isso todo dia, com a arma invisível que está na mão das pessoas ao seu redor, sua cabeça explodindo invisivelmente na cabeça de todo mundo em volta. Essas coisas acontecem...
Também acontece, ás vezes, com uma arma de verdade, na sua cabeça de verdade, que irá explodir de verdade. E tudo que eu pensava não eram os flashes, nem os filmes, nem na minha infância - eu só pensava no dedo prensado atrás do gatilho, no espasmo involuntário que faria aquela coisa disparar. Não na minha cabeça, mas na cabeça dos outros. Minha cabeça que se exploda! Acho que nunca tive aquele senso de auto-preservação na presença de outros. Heróico ou suicida, tem sido assim. Deveria ser uma forma muito estúpida de morrer, assim numa segunda-feira, por volta das oito da noite na mão de um vagabundo qualquer que aparece na calçada...
Virar estatística nunca foi meu plano de vida. A cidade está infestada, somos todos pervertidos, mendigos, ladrões, viciados, pedófilos, maníacos, charlatães, vagabundos, burocratas, contrabandistas, violadores, interesseiros, adúlteros, doentes, assassinos, desistentes. Convulsionando em objetivos dos quais não temos muita idéia do que se tratam, lutando por comida e aluguel, esperando um dia que jamais vai chegar, por pessoas que jamais vão existir, e tentando ser alguém que jamais seremos. Estamos todos no mesmo barco e o barco está cheio até a boca, transbordando todo mundo, e a hora de todo mundo vai chegar. Isso não é o fim do mundo, porque o mundo é assim desde o começo e vai ser assim até o fim. Reze para o seu Deus, chegue cedo no trabalho, pague seu aluguel, seja um cidadão de bem e quem sabe você esteja por um triz numa segunda-feira qualquer com um cano de aço roçando na sua blusa de lã.
Você sobrevive, o dia acaba e sua cabeça irá continuar explodindo por aí, na cabeça dos outros. Isso enquanto você tiver uma cabeça, é claro.

Por Pc Siqueira